A freguesia encontra-se na margem esquerda de uma ribeira afluente da ribeira de Vilares, que por sua vez é afluente do rio Tinhela.
A arqueologia demonstra-nos que o povoado de Ala começou em tempos muito anteriores à fundação da Nacionalidade, devendo fixar-se tal início em épocas neolíticas.
Segundo a “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”, a maior parte do território que compõe, actualmente, a freguesia de Ala teve a sua origem em vilares, pequenas vilas exploradas economicamente antes do século XII, mais velhas ou mais novas. Nesse período tão falho de informações directas, esta freguesia integrar-se-ia, ainda segundo a mesma fonte, nas antigas terras de Bregância, Lampaças e Ledra, embora não haja a certeza de qual delas seria na realidade.
A toponímia aponta para que fosse Ledra a antiga sede administrativa (assim podemos chamá-la) de Ala. Meles (nome pré-romano), Brinço e Carrapatinha seriam os lugares iniciais do termo de Ala (vilar velho apenas o lugar de Meles), decerto todos integrados na antiga Letera romano-germânica.
Quanto ao topónimo principal da freguesia, refere o abade de Baçal, pondo a hipótese do nome ter surgido no século VII: “entre os bispos que concorreram ao décimo Concílio de Toledo, celebrado em 656, aparece um de nome Ala, Vincêncio, nomeado mestre de cavalaria pelo rei godo Eurico, foi morto pelos condes Alla e Syndila – Vincentius vero ab Eurico Rege, quasi magister militum missus, ab Alla et Syndila, comitibus Italia”.
A primeira vez em que Ala surge na documentação escrita é, desta forma, no século XIII. As Inquirições de 1258, ordenadas por D. Afonso III, mencionam a “villa” de Ala (não confundir com Vila de Ala, do concelho de Mogadouro, pois “villa” aparece ali como unidade económica) como tendo sido reguenga, ou pelo menos foreira à coroa. Por outras palavras, pertencera ao rei, ao qual os seus habitantes tinham de pagar anualmente uma determinada renda pelo usufruto dos seus territórios.
A forma como se encontra redigido o documento parece provar que, nessa altura, a coroa já não detinha aquelas terras. Tempos antes, por alturas de D. Sancho II, alguns próceres tenentes de Bragança e Ledra tinham usurpado os terrenos ao rei, por considerarem essa posse ilegal, e tinham passado a ser os seus senhorios. Um facto que aconteceu muito nestas terras de Macedo de Cavaleiros.
A frase que se transcreve das Inquirições é elucidativa: “villa de Ala fuit dominis regis et modo tenet eram domnus Alfonsus Lupi”. Este prócer era D. Afonso Lopes de Baião, filho de D. Lopo Afonso, rico-homem de Ledra.
Quanto à erecção paroquial de Ala, continua ainda envolta em dados desconhecidos. Apesar do principal culto da freguesia na época, Santa Eugénia, ser um dos favoritos na altura da fundação da Nacionalidade, o que levaria a pensar numa grande antiguidade para a paróquia, o certo é que esta não aparece citada nas Inquirições de 1258. Estas fazem pensar que Ala, em termos paroquiais, se deverá ter integrado nos primeiros tempos em Torre de D. Chama.
Sabe-se, no entanto, que até ao fim dos padroados Ala foi uma abadia do padroado real e, até certa altura, cabeça de comenda da Ordem de Cristo no termo de Mirandela. Em termos administrativos, pertenceu ao concelho de Chacim até 31 de Dezembro de 1853, passando nessa data por uma reorganização administrativa do País para o de Macedo de Cavaleiros. Dos lugares que compõem actualmente a freguesia, temos que Brinço e Meles foram freguesias independentes no concelho de Torre de D. Chama, extinto também em meados do século XIX.
A igreja matriz é o maior bem patrimonial desta freguesia. Suficiente para as necessidades actuais da população, é multissecular e destaca-se pelo agradabilíssimo prospecto exterior que apresenta.
A evolução demográfica de Ala tem sido constante ao longo dos tempos, prova da importância que desde sempre usufruiu nestas terras de Macedo de Cavaleiros. A primeira informação demográfica é de 1706. Nesse ano, o padre António Carvalho da Costa publica a sua “Corographia Portugueza”, a primeira do género no País, e atribui a Ala o número de 130 fogos, a que deveriam corresponder, segundo os cálculos que usualmente se fazem para estas situações, a mais de 400 habitantes. Estes eram de 778 em 1862 e 840 no primeiro censo populacional realizado em Portugal, em 1890. Ultrapassou os 900 habitantes na década de 30 do século passado. Naturalmente, a emigração provocou em Ala, como nas demais freguesias do concelho e da região, um decréscimo populacional significativo, do qual se tem vindo a recuperar nos últimos anos.
Em termos económicos, a agricultura e a pecuária continuam a ser as principais actividades da população de Ala, desde sempre o foram. Nos últimos anos, o sector secundário tem vindo a diversificar-se, com actividades como a exploração de madeira, a construção civil e a extracção de cortiça.